Entrevista Uau!: Conheça os criativos do mês de março de 2022

Veja neste conteúdo como foi o processo de criativo de Neoloedran, Helena Sbeghen e Gabriela Couth e descubra se o seu tipo de decoração ideal é mais lúdico, geométrico ou tropical. Inspire-se e veja como aplicar na sua casa as coleções: Família I Can See U, Família Latina Tropical e Família Lugar Abstrato.

1. Como é o seu processo criativo?

Noelodran: Considero um processo simples e honesto. O que eu mais gosto no meu processo criativo é o momento que eu toco na tela ou no papel, onde as coisas fluem e tudo vai surgindo conforme eu vou indo com o traço, sem precisar me forçar a um resultado específico.

Nada disso aconteceria sem a bagagem criativa que eu sempre estímulo com muita observação e referência. Fiz uma base experimental com diversos recursos, e trabalhar o lúdico nas minhas ilustrações se tornou um ponto de partida, que traduz muito sobre os meus sentimentos e vivências na criação.

Helena Sbeghen: Ao começar um projeto, primeiro, eu gosto de me inspirar e buscar referências por todos os lados; na rua, na minha rotina, na internet, em livros. Após isso, rabisco, de forma rápida, com isso, todas as ideias vão surgindo na minha cabeça, sem pensar muito, vou apenas deixando tudo fluir.

A segunda parte, é observar os esboços feitos e escolher alguns para trabalhar melhor. Quando reduzo as opções para duas ou três, já passo o esboço para o Illustrator e estudo as formas com as cores. No meio do processo, vou sentindo qual ideia funciona melhor e parto para a finalização.

Gabriela Couth: Geralmente, eu, começo de uma ideia, um conceito e faço um sketch. Nele, consigo planejar mais ou menos o caminho que quero seguir, então inicio uma pesquisa maior, para agregar. O processo não tem tanto processo (risos). Vai muito do projeto, do tema. A única constante é a necessidade de organizar tudo num caderno antes de começar.

2. Você tem algum estilo de decoração preferido?

Noelodran: Gosto muito do estilo de decoração nórdica/escandinava, mas na minha casa costumo mesclar muitas cores em quadros e objetos espalhados pelas paredes brancas.

Helena Sbeghen: Eu gosto muito de ambientes que tenham apenas a quantidade necessária de móveis e objetos, que se apresentem de formas simples, porém bem colorida.

Gabriela Couth: Gosto muito de arquitetura e decorações brasileiras com afeto. Minha casa não é minimalista e nem “paleteira”, ela tem todas as cores, referências de onde eu vim e de viagens que fiz.

Sempre fui muito ligada à minha história e adoro poder ter móveis antigos que pertenceram à minha família, objetos desde antes de eu nascer, e ir misturando isso com tudo que garimpo, em feiras e com peças mais modernas de novos designers.

3. Qual foi o conceito utilizado na família de produtos?

Noelodran: Na família de produtos, eu trabalhei com o lúdico e as possibilidades de criar um universo inventado a partir de (muitos) olhares. Escolhi a frase “i can see u” por ter a observação como ponto de partida nas minhas produções e traduzir essa troca que há entre o que eu vejo e o que me inspira.

Helena Sbeghen: A ideia por trás dessa coleção foi criar uma ilustração modular que pudesse se encaixar em diversos formatos; representando em cada módulo de forma abstrata elementos que compõem uma casa: plantas, sofá, o sol na janela, vasos de flores e pratos.

Gabriela Couth: Eu coleciono louças azuis há vários anos, fui garimpando em viagens e herdei da minha família. Então, sempre tive esse vínculo com o azul e achei que seria um bom local de partida para criar a coleção, para que ela conversasse com alguns objetos que já tinha, além de ser uma cor tradicional utilizada na história da arte e dos objetos.

Louças orientais, louças inglesas, o azulejo português, tudo acaba conversando por ter o azul como referência. Além disso, é uma combinação clássica junto com o branco, bem fresca e que combina muito com o nosso clima tropical.

4. Quais foram as suas inspirações?
Noelodran: Rafael Sica, Yayoi Kusama e Vivian Maier me inspiram demasiadamente nas criações.

Helena Sbeghen: Para esse projeto eu me inspirei muito nos desenhos de azulejos hidráulicos e na arte moderna brasileira, que costuma ser uma referência frequente em meu trabalho.

Gabriela Couth: O Brasil enquanto tema, com onças, bananeiras. Quis misturar um pouco tudo. Também me senti bastante influenciada pela obra de Matisse, Blue Nude, que tem uma mulher azul, e foi um ponto de partida para a construção das famílias.

5. Quais foram as técnicas utilizadas?


Noelodran: Utilizei a ilustração digital em todas as criações.

Helena Sbeghen: O processo de desenho foi todo digital, em vetor.

Gabriela Couth: Fiz tudo à mão, com aquarela.

6. Como é a sua relação com a casa? Qual cômodo mais inspira você?

Noelodran: Hoje eu encaro como um espaço seguro e aconchegante, é um lugar que eu realmente gosto de estar. o cômodo que mais me inspira é o escritório, onde eu faço todas as minhas produções e consigo relaxar.

Helena Sbeghen: Minha casa é o melhor lugar do mundo, cuido dela como se fosse meu próprio corpo. É onde eu me sinto mais confortável.

Me inspiro muito pela minha sala, porque é o cômodo em que passo mais tempo, onde mais incide luz solar e onde eu recebo as pessoas queridas.

Gabriela Couth: Sou muito ligada à casa, passei por uma reforma enorme no ano passado e me vi ainda mais em sintonia com ela. É o lugar onde descanso, onde crio e onde construo. Acaba sendo um reflexo da minha família.

O cômodo que mais me inspira é a sala, que virou o oásis durante a pandemia e é onde paro para relaxar, ouvir um disco na vitrola, tomar um vinho, receber os amigos.

7. Qual dica de decoração você daria para quem vai decorar com sua família de produtos?

Noelodran: Observe e explore os espaços da sua casa com muito carinho, todo lugar pode ser habitado por uma criatura do noelodran! 🙂

Helena Sbeghen: Combinar a coleção, que é tão colorida, com móveis mais neutros e muitas plantas.

Gabriela Couth: Não ter medo de misturar! Por ter uma cartela de cores inteira em tons de azul, é uma família versátil, que pode conversar com objetos que já existam em casa.